quarta-feira, 26 de maio de 2010

Seja radical... quando necessário!

Quando se observa uma discussão normal entre pessoas com idéias diferentes mas que precisam chegar a um mesmo objetivo como um problema no trabalho por exemplo, percebe-se sempre no início um movimento contrário, cada um tentando defender a sua idéia no início. Porém o que geralmente acontece ou devia acontecer é um movimento tendendo ao acordo, cada um cedendo em parte seus pontos de vista para o outro, de forma ao movimento conduzir a um ponto em comum, como num funil ou espiral, onde as idéias permeiam por lados opostos, horizontalmente, às vezes passando por temas alheios ao centro da discussão, porém, que relacionam-se em momento oportuno à idéia principal.


Como analogia podemos pegar um elástico, desses de juntar papéis. Quando compramos eles vêm com uma resistência maior e uma flexibilidade menor do que a ideal para serem usados. O que fazemos então? É preciso, no começo, aplicarmos uma tensão maior do que a necessária para o uso, de forma que ele depois mantenha-se um pouco abaixo dessa tensão inicial para se adequar ao que realmente se pretende com o objeto.


Assim, em temas novos, também ocorre de discussões serem um tanto radicais no começo, mas aos poucos, o entendimento vai sendo alcançado, muitas vezes não no tempo que queremos, mas normalmente no tempo ideal, para o entendimento geral daqueles envolvidos no processo e os interessados ou usuários daquele produto final. Discussões em torno de temas complexos podem ser radicais no começo, mas sempre tendem a um senso comum. Em temas religiosos, difíceis de se constatar pela simples experiência isso é muito comum. Mesmo dentro de uma doutrina podem ocorrer discordâncias por parte de seus seguidores, por isso é necessário explorar ao máximo as possibilidades para se chegar a um acordo, mesmo porque os erros são muito comuns no início, seja por se associar idéias parecidas com o objeto, seja por se deduzir conclusões precocemente. Daí surge a necessidade de se utilizar de métodos de experimentação, por que não dizer, científicos (quando possíveis), para o convencimento e constatação do sentido original da idéia ou produto.


Por isso, quando estivermos observando ou mesmo dentro de uma discussão desse tipo, sejamos flexíveis com as idéias iniciais, mesmo porque pontos de vista diferentes não significam objetos diferentes, mas o mesmo objeto sob um ângulo diverso, mas nem por isso, deixando de ser visões complementares. Como ocorre quando duas pessoas observam um copo com metade de seu conteúdo preenchido com água. Alguns dirão que está meio cheio, outros que está meio vazio. Ambos estão corretos, cada um com sua tendência, porém o contexto é o que vale. Se eu observo um rio de um lado da margem e digo que este corre para a direita e outra pessoa do outro lado da margem diz que ele corre para a esquerda, quem está certo? Os dois!


Por que sempre achar que estamos certos? É necessário usar de humildade nesses momentos para evitar que sejamos dominados pela pressuposição de "nos acharmos", levando em conta todo o histórico pessoal, profissional, os costumes e estilo de vida daquele que tem a idéia diversa. Em alguns momentos precisarmos sim ser mais flexíveis, evitando o radicalismo. Em outros, sejamos radicais quando necessário, para vencer certas barreiras grandes, mas sempre permeados pelo bom-senso de que no final o acordo é a melhor solução.