terça-feira, 1 de março de 2011

Pequenos detalhes, nenhuma diferença

Muitas vezes ouvimos na TV dicas para evitar doenças ou acidentes, como lavar as mãos antes de alimentar-se, não dirigir após beber, usar cinto de segurança, exercitar-se, alimentar-se bem, dormir bem, etc. Outras vezes vemos críticas de profissionais de saúde a comportamentos ditos “errados” como consumir determinados alimentos, auto-medicar-se, etc. Isso são apenas detalhes, que podem não fazer nenhuma diferença. Às vezes tratam-se de exageros, reconhecidos por grande parte das pessoas.

Eu mesmo sou um cara muito preso a detalhes. Depois de um certo tempo vejo que não deveria me preocupar tanto com eles, pois no final não havia feito diferença alguma. Mas parece ser um vício, ou uma obsessão por procurar fazer as coisas com um capricho às vezes irritante. Por exemplo: quando vou lavar louças demoro muito pois procuro limpar toda ou quase toda a sujeira que encontrar, mesmo aquela que não foi feita recentemente. Procuro retirar aquela substância preta que se acumula nos cantos de talheres, copos de metal, panelas, vasilhas, etc. Percebo depois que isso não tem necessidade de se fazer. Passei a vida inteira consumindo diversos alimentos naquelas louças e acredito que a maioria das doenças que eu peguei não tinham nenhuma relação com aquilo. Ou seja: é só um detalhe, que não vale a pena se preocupar.

Há um tempo atrás recebi proposta para comprar um aparelho para filtrar a água que minha família consumia para beber. Embora os argumentos fossem bem ponderados, percebi que não faria muito sentido comprar aquilo, afinal, a vida toda consumimos água de filtro de barro e nunca tivemos problemas por causa disso. Alguns podem até dizer que não percebemos o mal que faz porque é um mal que ocorre aos poucos, ao longo dos anos. Aí realmente faria sentido, mas classifiquei na ocasião como detalhe, por não ser urgente, ser caro e com benefícios pouco perceptíveis.

Ao falar de doença me vem à mente conceitos recentes que venho procurando consolidar como certos. Acredito que muitas doenças são conseqüência do desequilíbrio entre corpo, mente e alma, associadas a alguns agentes biológicos ou químicos oportunistas, que só estão ali fazendo a parte deles. O que ocorre numa doença parece ser que ao haver o desequilíbrio, esses agentes aproveitam a “brecha” que o corpo abre, entram e fazem a sua parte.

Porém, no caso das doenças, é de se ressaltar que isso não é totalmente comprovado. Trata-se de uma teoria advinda de observação e experiências próprias, estando, portanto de certa forma, influenciadas por opinião pessoal. Mesmo assim acredito estar formando teorias coerentes com as observações, mesmo que ainda não sejam totalmente tratadas da forma científica que deveria.

Nesse sentido, quando alguns falam que o desequilíbrio citado é o causador de enfermidades, entendo que estes não são os únicos causadores, mas apenas alguns dos fatores que associam-se para ocasionar tal situação. Dessa forma, somente causariam doenças vários fatores juntos. Se os agentes infecciosos como microorganismos tentam entrar em nosso corpo sem que este esteja desequilibrado, muito provavelmente serão combatidos corretamente e nada acontece de anormal. Assim como em um acidente aéreo, ou outro qualquer, em que vários fatores de prevenção estão envolvidos, observa-se que neste caso há várias falhas de segurança, e não apenas um ou poucos fatores.


Enfim, detalhes podem fazer diferença, mas a grande maioria deles não tem a menor relevância. É bom refletirmos e chegar a conclusão de que a gente faz tanta coisa sem importância. Melhor mudar então. Isso pode exigir certo sacrifício, mas estar com a mente limpa é uma sensação bem agradável e dá espaço para preocupações mais importantes.